terça-feira, 19 de junho de 2007

Oficina com Marcelino Freire, 20/06





Nasceu em 1967, no alto sertão de Pernambuco.
Vive em São Paulo, vindo do Recife, desde 1991. É um dos principais nomes (e divulgadores) da nova geração de escritores brasileiros, designada "Geração 90".
Escreveu, entre outros, "Angu de Sangue" (Contos, 2000), "eraOdito" (Aforismos, 1998 / 2002) e "BaléRalé" (Contos, 2003), todos publicados pela Ateliê Editorial, São Paulo. Em 2005, lançou "Contos Negreiros", o primeiro pela Editora Record. Livro, este, vencedor do Prêmio Jabuti 2006 na categoria "Melhor Livro de Contos".
É também editor, tendo idealizado e lançado, em 2002, a "Coleção 5 Minutinhos" (eraOdito editOra), com livros inéditos, distribuídos gratuitamente, de nomes como Moacyr Scliar, Glauco Mattoso, Valêncio Xavier e Manoel de Barros. Em 2003, lançou a segunda versão da Coleção, desta vez destinada às crianças e reunindo escritores como Luis Fernando Verissimo, Ignácio de Loyola Brandão, Haroldo de Campos, Tatiana Belinky, entre outros. É um dos editores da revista de prosa "PS:SP", lançada, em número único, no ano de 2003. Freire é um dos destaques das antologias "Geração 90 - Manuscritos de Computador" (2001) e "Os Transgressores" (2003), organizadas por Nelson de Oliveira para a Boitempo Editorial e que reúnem "Os melhores contistas brasileiros surgidos na última década do século XX". Participou, também, de algumas antologias no Brasil e no Exterior, como a "Ficções Fraternas" (editora Record, 2003), "Contos para Ler na Cama" (Record, 2005) e a "Putas", lançada em Portugal (Quasi Edições, 2002). Alguns de seus contos foram adaptados para teatro no Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, e interpretados, em especiais na TV, por atores como Beatriz Segall e Walmor Chagas. Alguns, idem, foram publicados em revistas e jornais do México, França, Estados Unidos e Itália. Em 2004, idealizou e organizou a antologia "Os Cem Menores Contos Brasileiros do Século" (Ateliê Editorial e eraOdito editOra), reunindo 100 autores, como Dalton Trevisan, Millôr Fernandes, Marçal Aquino, Raimundo Carrero, João Gilberto Noll, em microcontos inéditos de até 50 letras. Representou o Brasil no III Encontro de Novos Narradores da América Latina e da Espanha, realizado no final de 2003 em Bogotá, Colômbia. Foi um dos escritores convidados para a segunda edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP de 2004, sendo apontado, pela imprensa em geral, como uma das "revelações" da Festa. Em maio de 2006, foi um dos escritores convidados para palestrar na Universidade de Parma, na Itália, onde seus contos estão sendo estudados e traduzidos. Inclusive, seu livro "Contos Negreiros" foi objeto de tese na Universidade de Milão. Marcelino Freire já participou de diversas curadorias em eventos literários, como o "Encontros de Interrogação" e "Autores em Cena", ambos no Itaú Cultural, em São Paulo. É dele também a idealização e realização do "Balada Literária", projeto acontecido durante quatro dias, em outubro de 2006, e que reuniu quase uma centena de escritores pelas ruas de São Paulo.

Curso superior
Marcelino Freire
O meu medo é entrar na faculdade e tirar zero eu que nunca fui bom de matemática fraco no inglês eu que nunca gostei de química geografia e português o que é que eu faço agora hein mãe não sei.O meu medo é o preconceito e o professor ficar me perguntando o tempo inteiro por que eu não passei por que eu não passei por que eu não passei por que fiquei olhando aquela loira gostosa o que é que eu faço se ela me der bola hein mãe não sei.O meu medo é a loira gostosa ficar grávida e eu não sei como a senhora vai receber a loira gostosa lá em casa se a senhora disse um dia que eu devia olhar bem para a minha cara antes de chegar aqui com uma namorada hein mãe não sei.O meu medo também é do pai da loira gostosa e da mãe da loira gostosa e do irmão da loira gostosa no dia em que a loira gostosa me apresentar para a família como o homem da sua vida será que é verdade será que isso é felicidade hein mãe não sei.O meu medo é a situação piorar e eu não conseguir arranjar emprego nem de faxineiro nem de porteiro nem de ajudante de pedreiro e o pessoal dizer que o governo já fez o que pôde já pôde o que fez já deu a sua cota de participação hein mãe não sei.O meu medo é que mesmo com diploma debaixo do braço andando por ai desiludido e desempregado o policial me olhe de cara feia e eu acabe fazendo uma burrice sei lá uma besteira será que vou ter direito a uma cela especial hein mãe não sei.



Um comentário:

Unknown disse...

Júlia, tu vais participar do programa com o Marcelino também? Se lembrares, leva pra mim cópia dos contos que apresentaste na aula da Márcia semana passada. Obrigada!