quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Finalistas Portugal Telecom

Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa


Escolhidos entre 51 obras semi-finalistas – que foram eleitas por um Júri Inicial de 300 críticos literários e professores de literatura de todo o Brasil, entre 382 obras inscritas – os 10 finalistas foram votados por um Júri intermediário de 15 especialistas, eleitos por votação entre os componentes do Júri Inicial.

10 finalistas

Bom dia camaradas, Ondjaki – Agir
Cantigas do falso Alfonso el Sábio, Affonso Ávila - Ateliê Editorial
História natural da ditadura, Teixeira Coelho – Iluminuras
Jerusalém, Gonçalo M. Tavares - Companhia das Letras
Macho não ganha flor, Dalton Trevisan – Record
O outro pé da sereia, Mia Couto - Companhia das Letras
O paraíso é bem bacana, André Sant´Anna - Companhia das Letras
O roubo do silêncio, Marcos Siscar - - 7letras editora
O segundo tempo, Michel Laub - Companhia das Letras
Por que sou gorda, mamãe?, Cintia Moscovich – Record


Júri Final

Cristóvão Tezza
Flora Sussekind
José Castello
Marcos Frederico Kruger
Paulo Henrriques Britto
Tania Celestino de Macedo


Na 5a edição do Prêmio, concorrem livros publicados no Brasil em língua portuguesa, com primeira edição no Brasil entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2006; e com primeira edição no exterior entre 1º de janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2006, desde que tenham sido publicados no Brasil no mesmo período.

Os vencedores do Prêmio Portugal Telecom 2007 serão conhecidos no dia 16 outubro. Eles recebem R$100 mil, R$ 35 mil e R$ 15 mil reais, 1o, 2o e 3o colocados respectivamente, além de um troféu criado pelo artista plástico Paulo Von Poser.

Sinopse dos livros e biografias:

Bom dia camaradas – Ondjaki
O menino, filho de um alto funcionário do governo, tem um pajem -o "camarada Antônio", cozinheiro e voz de uma certa camada popular -, estuda numa boa escola, que tem professores cubanos, e desfruta de algumas benesses, como pegar "boleia" (carona) no carro do Ministério e contar com telefone e "geleira" (geladeira) em casa.

Ondjaki (1977, Luanda, Angola) é poeta, sociólogo, roteirista e romancista. Seus romances, como Bom dia camaradas (2001), O assobiador (2002) e Quantas madrugadas tem a noite (2004).


Cantigas do Falso Afonso el Sábio – Affonso Ávila
Cantigas do Falso Alfonso el Sabio é exemplar dessa poesia que utiliza referências eruditas para aguçar seu olhar corrosivo sobre a realidade à volta. Em suas Cantigas, o autor retoma um procedimento já presente em sua poesia pregressa: o uso da rima fácil, com células sonoras que se repetem ao final de cada verso, criando uma espécie de ladainha que segue uma batida popular, ecoando as vozes (e a indignação) das ruas. Ao mesmo tempo, sua combinação vocabular introduz sentidos inusitados nesses versos de toada homogênea e sintaxe retorcida.

Affonso Ávila nasceu em Belo Horizonte em 1928. Além de poeta, é ensaísta e crítico literário, especialista no barroco mineiro. Fundou nos anos 50 a revista Tendência e no final dos anos 60 a revista Barroco, que dirige até hoje. Entre suas obras estão: O Açude e Sonetos da Descoberta (1953) e Carta do Solo (1961) incluídas em Código de Minas & Poesia Anterior (Civilização Brasileira, 1969), O Visto e o Imaginado (Perspectiva, 1990) e A Lógica do Erro (Perspectiva, 2003).

História natural da ditadura - Teixeira Coelho
História natural da ditadura lança interrogações, promove a dúvida, desafia a certeza. E o faz nesse tecido privilegiado em que convivem a reflexão e o gozo, a carícia e o golpe de vento que se afirmam na vida. A ditadura como estado natural; a natureza da ditadura; a inacabada e constante crônica da depravação e cumplicidade com a des/ordem e a repressão. Com a mesquinhez e a hipocrisia. Para além do ensaio e da encenação do eu, suas páginas incitam a uma reflexão constante.

Teixeira Coelho é professor de Teoria da Comunicação da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo (USP). Nasceu em São Paulo, em 1944, é ensaísta e romancista. Publicou, entre outros, Arte e Utopia e Moderno Pós-Moderno (ensaios) e Os Histéricos, Nyemeyer e Trevas da Mente(romance).


Jerusalém - Gonçalo M. Tavares
Trata de relações de dominação, desejo, repulsa e agressividade, Jerusalém costura a vida de personagens em direção a um desenlace violento e inesperado. Ocupados em compreender e lidar com os limites da sanidade, todos se sentem acossados por um perigo sem nome. Num estilo seco e desconcertante, Jerusalém aponta para as dimensões pessoais e coletivas do terror e expõe a capacidade humana de vigiar, oprimir e torturar - às vezes em dimensões hiperbólicas.Gonçalo M. Tavares nasceu em Lisboa, em 1970, tendo ido logo a seguir para Portugal. Premiado e elogiado pela crítica, estreou em 2001 com Livro da dança, e vem se firmando como uma das maiores vozes do romance português contemporâneo. De sua autoria, já foram publicados no Brasil O homem ou é tonto ou é mulher, 1, O senhor Valéry, entre outros.

Macho não ganha flor – Dalton Trevisan
Reunião de contos inéditos, Dalton Trevisan monta, peça a peça, um mosaico de monstros morais. Ladrões, estupradores, sádicos e maníacos desfilam em palavras secas, fortes e certeiras.
O curitibano Dalton Trevisan estreou com Serenata ao Luar (1945) e Sete Anos de Pastor(1996). Dalton renega os dois. Entre 1946 e 1948, editou a revista Joaquim - porta-voz de uma geração de escritores, críticos e poetas nacionais. Em 1959, lançou o livro Novelas Nada Exemplares - recebeu o Prêmio Jabuti. Escreveu: Cemitério de elefantes - ganhador do Jabuti e do Prêmio Fernando Chinaglia, Noites de Amor em Granada e Morte na praça - recebeu o Prêmio Luís Cláudio de Sousa, Guerra conjuga entre outros. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas: espanhol, inglês, alemão, italiano, polonês e sueco. Dedicando-se exclusivamente ao conto (só teve um romance publicado: A Polaquinha). Em 1996, recebeu o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura pelo conjunto de sua obra.

O outro pé da sereia - Mia Couto
Neste retrato poético, alegórico e crítico da Moçambique contemporânea, a imagem de uma santa católica que encanta e perturba todos que dela se aproximam é o centro de uma trama dividida em dois momentos históricos, ligados por questões étnicas, religiosas e de destino familiar. Mia Couto nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955. Estudou medicina antes de se formar em biologia. Atualmente dedica-se a estudos de impacto ambiental. Em 1999, o autor recebeu o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra; em 2007, o prêmio União Latina de Literaturas Românicas. Seu romance Terra sonâmbula foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX.

O paraíso é bem bacana - André Sant'Anna
Setenta e duas são as virgens que cabem a todo mártir da fé, reza a tradição islâmica, e não há de ser diferente no caso de Muhhamad Mané, aliás, Manoel dos Anjos, futuro ás do futebol, recém- converso e recém-imolado. O Paraíso parece ser bem bacana. Mas não. Pois nada poderia dar certo, mesmo post mortem, para este anti-herói - revelado no time dente de leite de Ubatuba (cidade do litoral paulista) e catapultado, após breve passagem pelo Santos Futebol Clube, à chance de se tornar um fenômeno do esporte.
André Sant'Anna nasceu em 1964, em Belo Horizonte. Morou no Rio de Janeiro, onde tocou no grupo Tao e Qual durante a década de 80, e hoje vive em São Paulo. O Paraíso é bem bacana é seu terceiro livro, depois de Amor (1998) e Sexo (1999).

O Roubo do Silêncio – Marcos Siscar
A matéria dos 40 textos de O Roubo do Silêncio, de Marcos Siscar é o tempo presente. Nem pato, nem serpente, aqui o bicho é o evento da presença da poesia inventada como o simples que não se diz. Não persegue nenhum indizível. Sabe que o indizível só existe como privação da palavra no silêncio do pântano.

Marcos Siscar nasceu em Borborema (SP), em 1964. Formado em Letras pela Universidade Estadual de Campinas, doutorou-se em Littérature Française na Universidade de Paris VIII, em 1995, e conclui o pós-doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em 2003. Professor de Teoria da Literatura na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Como tradutor, publicou obras de Tristan Corbière, Michel Deguy e Jacques Roubaud, entre outros. Publicou; Não se Diz, Editora7 Letras, 1999; Tome seu café e saia, Editora7 Letras, 2001, Metade da Arte, Editora Cosac & Naify/7 Letras, 2003; e O Roubo do Silêncio, Editora7 Letras, 2006. Tem textos publicados em antologias no Brasil, Argentina, Espanha e França.

O Segundo Tempo – Michel Laub
No dia 12 de fevereiro de 1989, Grêmio e Internacional entraram no gramado do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, para aquele que ficou conhecido como o mais importante confronto da história do esporte gaúcho - o chamado Gre-Nal do século. Na arquibancada, um garoto de quinze anos divide-se entre a atenção aos lances do campo e um dilema - dar ou não a Bruno, o irmão caçula sentado ao seu lado, a notícia que vai mudar radicalmente a vida de ambos
Michel Laub é escritor e jornalista. Sempre trabalhou como jornalista. Iniciou carreira na revista Carta Capital, participou do desenvolvimento das revistas Bravo! E República. Tem mais 3 livros publicados pela Companhia das Letras: Não depois do que aconteceu, em 1998,: Música anterior (2001), Longe da água (2004) ─ finalista do Prêmio Portugal Telecom 2005.

Por que sou gorda, mamãe? - Cintia Moscovich
Trata das crises de auto-imagem dos gordinhos. Ela odeia a comida que a engorda, mas ama o alimento que lhe dá prazer. Essas ambigüidades são ultrapassadas paulatinamente, grama a grama, garfada a garfada, capítulo a capítulo.

Cintia Moscovich nasceu em Porto Alegre, é escritora, jornalista e mestre em Teoria Literária. Publicou: O reino das cebolas (1996) - indicação ao Prêmio Jabuti, Duas iguais - Manual de amores e equívocos assemelhados (1998), Anotações durante o incêndio (2000) e a coletânea de contos Arquitetura do arco-íris(2004) ─ terceiro lugar em contos no prêmio Jabuti, indicação para o Prêmio Portugal Telecom e para a primeira edição do Prêmio Bravo! Prime de Cultura.

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